Adolescência

 

O  livro Teenologia – a arte de criar  adolescentes incríveis, de Jum Burns,  tem  um  capítulo que  trata de adolescentes com problemas, super recomendo a leitura  dele , eis um pequeno trecho:

– O que os pais podem fazer
Muitos pais entram em conflito com seus filhos. Ou seja, se sua casa parece uma zona de guerra, você não está sozinho. A tensão afeta todos os aspectos da família e gera estresse em todos os relacionamentos.


Quando seu filho estiver passando um período difícil, aconselho o mesmo ponto de partida que mencionei no capítulo 1:  permaneça o mais calmo possível, entre  em acordo com seu cônjuge e conserve o máximo da saúde  emocional, espiritual e física.
Além disso, o referido autor  também  cita outros conselhos, tais como:
1-      Persevere e busque a ajuda de Deus.

É interessante que Jesus tenha falado mais sobre os problemas e o sofrimento do que sobre a felicidade. Os desafios e crises de um filho pródigo podem esgotar  completamente as forças. A solução é viver um dia de cada vez e perseverar em meio aos momentos mais escuros da vida com nossa força enraizada na compaixão e na misericórdia  de Deus.
A Bíblia mostra  claramente  que , sobretudo nos momentos mais difíceis e dolorosos, podemos seguir em frente porque Deus está conosco e Sua misericórdia dura para sempre. Gosto em especial do Salmo 136, o qual nos lembra que, em tempos difíceis, podemos dar “graças ao senhor, porque ele é bom.  O seu amor dura para sempre”, (v. 1 NVI – grifo do autor

2-      Busque apoio.
Quando um problema atinge a família, é tentador escondê-lo. Alguns consideram o comportamento do filho vergonhoso para toda a família. Mas tenho visto que todas as famílias sofrem algum problema familiar  uma hora  ou outra. Não devemos carregar nossos fardos sozinhos . Muitas  vezes, nosso orgulho se  torna um obstáculo e não queremos compartilhar nossa dor nem mesmo com os mais confiáveis amigos, mas isso é um grande erro.  (...)

3-      Entre acordo com seu esposo.
Quando há um adolescente  rebelde em casa, é natural que os pais façam o jogo da culpa. E a pessoa mais fácil  de culpar é o cônjuge. Isso vale tanto para o pai  solteiro/mãe solteira que enfoca os erros de seu ex quanto para os pais casados. Entretanto, não é hora de fazer dos problemas de seu cônjuge  o ponto central. Se o casal tiver um plano sobre o qual entre em acordo, será muito melhor. (...)

4-      Crie um contrato de comportamento
Às vezes, uma mudança no comportamento acontece com uma atitude tão simples como a de colocar um mapa  na frente  de seu filho que defina claramente as regras, as consequências e os alvos. O contrato  se torna um sinal de alerta e faz cessar alguns comportamentos antes que eles fujam ainda mais do controle. Sugiro que você tente criar um contrato  com seu filho e que vocês definam juntos as boas e as más consequências. Ponha o contrato  o contrato no papel e veja o que acontece. Como já disse, é mais provável que os filhos apoiem o que eles ajudam a criar. Além disso, a criação de um contrato junto com seu filho dará a você a oportunidade de demonstrar  mais empatia. (...)

5-      Faça uma avaliação
Uma avaliação é simplesmente um check –up completo daquela situação ou problema que está acontecendo com seu filho adolescente e sua família (...)
(...) simplesmente conhecer o problema e ter um plano estabelecido pode fazer maravilhas (...)

6-      Busque o conselho de um especialista
Muitas vezes, após uma avaliação , o aconselhamento terapêutico é uma boa opção. A Bíblia ensina: “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselhos há segurança  - Pv 11.14
“Buscar aconselhamento é um sinal de força, não de fraqueza.” (p 117-119)
Espero que ajudem as dicas.

Fiquem com Deus

Luciana Franck

 

 

Manual de Sobrevivência Para Pais de Adolescentes Lucinho Barreto

Manual de Sobrevivência Para Pais de Adolescentes

O Manual de Sobrevivência Para Pais de Adolescentes traz um conteúdo muito rico sobre o convívio entre pais e filhos adolescentes. Todos sabemos que esta fase não é nada fácil para quem a vive (já fomos adolescentes), mas, quando percebemos que também não é fácil conviver com um em casa, é o momento de buscar auxilio com pessoas capacitadas, para que consigamos educar os nossos.
Por isso, o Pr. Lúcio Barreto Jr., que trabalha com esta faixa etária há um bom tempo, pode ser um grande aliado em sua luta com a educação de seu adolescente. Nesta leitura, você vai aprender um pouco mais sobre o que exatamente está se passando com os seus filhos, além de saber transmitir excelentes princípios para que ele não se perca nesta etapa da vida.
Os capítulos que permeiam este livro são:
Entenda a fase sinistra
O abismo das gerações
Diferentes tipos de pais
Diálogo com adolescente
Corrigindo os adolescentes
Quem cria e quem educa?
Respostas
O lado espiritual
Confissões de adolescentes.
“Baseado nas minhas experiências e na minha própria como pai, escrevi este Manual de Sobrevivência para Pais de Adolescentes, com o fim de ajudar a tantos pais que querem simplesmente sobreviver a tantas dificuldades vividas com seus filhos.” Lúcio Barreto

 

 

Livro: Teenologia Arte de criar adolescentes incríveis – JIm Burns



RELACIONAMENTOS SADIOS
“Os relacionamentos são tudo para os adolescentes. E, como você bem deve saber, as amizades os influenciam para o bem ou para o mal. É no período da adolescência que, se tudo der certo, eles vão desenvolver relacionamentos significativos e sadios. Se isso não acontecer, os relacionamentos  da fase adulta podem ficar meio confusos.
A adolescência é a época em que a pressão dos colegas podem causar problemas no processo de tomada de decisões de um jovem  saudável . É por isso que digo aos pais para sempre procurarem conhecer os amigos de seus filhos adolescentes. Essa pressão dos colegas nem sempre é negativa. Ela pode ser positiva, pois sou um forte defensor do envolvimento com grupos de jovens na igreja. Incentivar os filhos a passarem algum tempo na companhia de garotos que sejam influências positivas num ambiente sadio é sempre uma boa ideia. Aqui vai um provérbio a ser seguido: “Aquele  que anda com sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.” PV 13:20 p.20
Livro: Teenologia  Arte de criar adolescentes incríveis –Jim Burns

 

 

Namoro na adolescência - Nelson Junior

Por Nelson Junior | 28 de Junho de 2015
NAMORO NA ADOLESCÊNCIA!
"Qual a idade de certa para namorar?" essa certamente é uma das perguntas que mais recebo nos meus emails. Pergunta típica de adolescentes, não me recordo de alguém com mais de 21 anos me fazer esta pergunta.
Bem a resposta vai na contra mão daquilo que a maioria dos adolescentes desejam. E antes que alguém pense: "pra você é fácil falar isso, agora que é um adulto casado" me adianto dizendo eu não namorei na adolescência apesar de ter desejado isso. Entendi ainda nesta fase que o que Deus tem para mim sempre será melhor do que aquilo que desejo para mim.
"Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino" (1 Coríntios 13:11 NVI)
Em mais de vinte anos ajudando jovens percebi como é importante orientar muito bem nossos adolescentes (talvez alguns aqui não tenham isso de idade ainda) ao longo dos anos não tenho encontrado bons motivos para apoiar o namoro na adolescência. Muitos jovens hoje não conseguem viver um romance saudável ou não possuem uma vida emocional estável por causa do histórico conturbado de uma vida amorosa mal sucedida na adolescência.
Adolescência vem do latim, ADOLESCER, que significa, amadurecimento. Ou seja, essa é a fase linda da vida que estamos amadurecendo, ´percebo que muitos nesta fase sofrem demais em suas vidas sentimentais e desnecessariamente.
Namorar na adolescência considero um pecado? Não! Mas também não acredito ser inofensivo ao contrário da opinião da grande maioria. Apesar de não achar um pecado, peça experiência prática no ministério pastoral namorar antes dos 18 anos considero uma grande perda de tempo e na maioria dos casos uma experiência frustrante.
Ao argumento "conheço muito adolescente mas maduro que muita gente mais velha!" já me adianto, é um engano achar que a maturidade chega junto com a idade. Muitas vezes a idade chega sozinha. Por mais maduro que um adolescente possa ser para sua idade, ele continua sendo um adolescente em fase de amadurecimento. e comparar a maturidade de um adolescente com a imaturidade de um jovem não é uma das comparações mais sábias que se possa.
Namorar cedo não torna uma pessoa mais madura no amor. Quem muito namora não fica mais experiente e sim mais ferida. Vida amorosa não é como um cartão de crédito que quanto mais você usa, mais vantagens acumula. Porém romances precoces na prática, ao contrario do que ensina MALHAÇÃO o pior discipulado par adolescentes, tenho observado que a maioria acumula decepções e mágoas, tornando-as pessoas mais feridas. Infelizmente muitos adolescentes só irão concordar com isso daqui há dez anos.
Se você está na adolescência e deseja viver uma experiência com Deus nessa área da sua vida: escolha esperar! ESPERAR o TEMPO CERTO para viver suas experiências sentimentais.
Eu aprendi que o amor tudo sofre, tudo crê, tudo suporta e também TUDO ESPERA. Apesar deste texto se referir ao AMOR AGAPE (relação de Deus com o homem) eu creio que ele é totalmente aplicável a outros relacionamentos também (pais e filhos, amizades e romances).
Para um adolescente cristão existem outras maneiras lindas de viver essa fase com grande emoções: curtir a família, se envolver na igreja, viver uma experiência missionária, fazer muitos amigos e curtir a vida nos princípios da Palavra de Deus. Esse é um tempo maravilhoso de buscarmos experiencias com Deus que fundamentarão nossas vidas para sempre.
Não perca tempo da sua adolescência acumulando feridas. Com o passar do tempo você descobrirá como valeu a pena esperar. Deus tem um plano lindo para todas as áreas da sua vida, inclusive sua vida sentimental.
Existem adultos hoje que gostariam muito de ter tido o privilégio de ter lido esse texto há 10, 15 ou 20 anos atrás, quando eram adolescentes. Mas não tiveram essa oportunidade que você adolescente hoje, mas aprenderam de forma dolorosa e hoje se esforçam para ensinar seus filhos a não sofrerem os mesmos danos.
Tudo que vale a pena possuir, vale a pena esperar. Então não se esqueça: vale a pena esperar por aquilo que vai durar para sua vida inteira. Os planos de Deus são melhores que os nossos. Você só precisa ser paciente para vive-los no tempo certo.
Com amor, Nelson Junior.

 

 

 

 

Piada de Adolescente!!!


"Aquele adolescente não queria saber de nada na vida: não trabalhava, não estudava, dormia durante o dia e passava noites inteiras lendo piadas no Conta Outra. Aquilo já era demais!
- Meu filho, estou muito preocupado. Você já tem 15 anos! O que você quer da vida? Você sabe o que Abraham Lincoln fazia quando tinha a sua idade?
E o filho:
- Na minha idade eu não sei. Mas na sua, ele era o presidente dos EUA."
(Autor desconhecido)

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Um boa dica:

"Você será um eficiente pai ou mãe de um adolescente se permanecer calmo, desenvolver um plano a seguir e, então buscar manter sua saúde emocional tão boa quanto possível.
Se você gosta de montanha-russa, prepare-se para o melhor passeio da sua vida".

Jim Burns PhD

Dana Point , Califónia

(...)

Toda mãe adora dizer que seu filho é educado e obediente. Mas o tempo passa e basta chegar a adolescência para isso mudar. Alguns ficam agressivos, outros começam a mentir, e os problemas só aumentam. Muitas vezes, esse comportamento faz parte do amadurecimento do jovem. De acordo com a psicopedagoga Maria Irene Maluf, o importante é demonstrar segurança. “Os pais devem manter a serenidade e ter bom-senso. Uma atitude impensada pode ser pior do que o problema que o jovem causou”, reflete Maria Irene. Descubra o que fazer diante de situações "cabeludas" típicas da adolescência e como ajudar o seu filho a lidar com elas.
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Os conflitos típicos da adolescência
Se seu filho anda mentindo...

Quase todas as mentiras são resultado da falta de diálogo. Para que o jovem fale a verdade, é necessário construir com ele uma relação de confiança. Também é importante manter a serenidade. NUNCA o acuse de mentir antes de ter certeza, ou ele pode se afastar de você.

Se você encontrar droga no quarto do seu filho
Investigue bem. Isso não quer dizer que seu filho seja viciado. Chame-o para uma conversa. Use esse momento para falar sobre responsabilidades e estabelecer limites. Se ele está usando a mesada para comprar drogas, é justo que fique sem esse dinheiro até reconquistar a sua confiança. NUNCA faça escândalo ou o ameace.

Se seu filho anda agressivo
Se o adolescente mudou de comportamento de uma hora pra outra, tente descobrir o motivo. Se não há uma razão forte para isso, mostre que não é possível viver bem com esse tipo de atitude. NUNCA seja autoritária. Explicar o porquê das suas atitudes ajuda o seu filho a aceitar melhor as situações.

Se sua filha ficar grávida
Nessa hora, é preciso uma conversa séria com sua filha. Você precisa delegar a ela a responsabilidade de ser mãe. NUNCA assuma o bebê e nem a expulse de casa. Ensine sua filha a aproveitar essa chance para amadurecer e estimule-a a continuar estudando. Assim, ela poderá dar ao filho uma vida bem melhor.

Se seu filho não quer mais estudar
Se ele estiver indo mal na escola, veja em que pontos precisa de ajuda e faça o máximo que puder para auxiliá-lo. Ele precisa de aulas particulares? Você pode estudar junto com ele? E lembre-se: há jovens que perdem o interesse pelos estudos só para magoar os pais, querendo chamar a atenção deles. NUNCA agrida seu filho dizendo: “Você é um vagabundo, mesmo. Só precisa estudar e nem isso faz”.

Se seu filho tem amigos estranhos
Tente conhecer os amigos do seu filho. Se ele se relaciona com pessoas agressivas, chame-o para conversar e mostre o risco e as consequências dessa escolha. NUNCA proíba as amizades ou fale mal delas para ele. Isso vai instigá-lo a andar com essas pessoas só para afrontá-la.

Se sua filha não é mais virgem
Oriente-a sobre os cuidados e as precauções que devem ser tomados nas relações sexuais. Assim, ela saberá evitar problemas como gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis. Leve a jovem ao ginecologista. NUNCA faça drama. A sexualidade só se torna um problema quando não é tratada com naturalidade pelos pais.

Diálogo aberto é a melhor prevenção

Os especialistas são unânimes: a melhor forma de prevenir os problemas típicos da juventude é conversar abertamente com os filhos desde cedo. “Só assim, os pais criam uma relação de confiança com eles. E, quando o jovem cometer algum erro, haverá espaço para um diálogo franco”, aponta a psicopedagoga Maria Irene Maluf. Ser autoritária e impor o seu ponto de vista só vai fazer com que o jovem se afaste e, dessa forma, fique mais frágil diante dos problemas típicos dessa fase.
Escrito por Lorena Verli





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 Dica: Como lidar com o controle dos filhos.


Amo ler os conselhos desse autor americano, em seu livro Teenologia, a arte de criar adolescentes incríveis, eis um trecho:


“Os pais querem controlar os mínimos detalhes da vida dos filhos nunca obtêm os resultados esperados e, na maioria das vezes, acabam decepcionados. Os pais mais eficazes são aqueles que abrem mão do controle que na verdade não têm e oferecem escolhas para que seus filhos decidam. É dessa maneira que se ensina a responsabilidade e o respeito”.

 Jim Burns





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A Baleia azul e os nossos adolescentes: considerações aos pais e professores Adriana de Melo Ramos

A Baleia azul e os nossos adolescentes: considerações aos pais e professores
Adriana de Melo Ramos
Danila Di Pietro Zambianco
Lívia Mª Ferreira da Silva
Soraia S. Campos
Thais C. L. Bozza[1]
Nos últimos dias o GEPEM (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral - UNESP/UNICAMP – SP) recebeu inúmeras mensagens de professores, gestores e pais, preocupados com a repercussão de um jogo chamado “Baleia Azul” (Blue Whale). O jogo, que viralizou nas redes sociais e na mídia nas últimas semanas, propõe 50 desafios macabros aos adolescentes, que vão desde tirar fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se, fotografar-se em lugares perigosos até, na etapa final, cometer suicídio. Nas últimas semanas, só no YouTube, são milhares de vídeos sobre o jogo. Há links de convites para as pessoas entrarem em dezenas de grupos fechados sobre o assunto, no WhatsApp e no Facebook, em vários idiomas, inclusive português. O que se sabe é que o jogo Baleia Azul teve origem nas redes sociais da Rússia, espalhou-se pelo mundo, chegando ao Brasil causando bastante transtorno.
Alguns atribuem a grande repercussão do jogo ao momento em que uma série produzida e exibida pelo Netflix também viralizou entre os jovens, se trata da série 13Reasons Why (“Os 13 porquês”) que retrata os momentos finais de uma jovem suicida. A diferença é que enquanto a série foi produzida com o apoio de especialistas para tratar de um assunto sensível, e o faz por meio de uma representação simbólica, afinal é um vídeo; o jogo estimula os seus participantes a agirem contra si próprios e tem em seus criadores pessoas anônimas e mal-intencionadas.
O desafio da Baleia Azul não é o primeiro jogo com apelos letais que virou moda entre os adolescentes. Tivemos anteriormente no Brasil, o Jogo da Asfixia, o Desafio do Sal e do Gelo, assim como o Jogo da Fada. Todos eles estimulavam a tortura e o autoflagelo em quem participasse da trama.
O fato que tem chamado a atenção de todos é a associação de alguns suicídios entre os adolescentes ao desafio da Baleia Azul, porém, até o momento, não há dados oficiais que relacionem diretamente mortes ao jogo. Entretanto, o assunto reacendeu o debate sobre a depressão infanto-juvenil e sobre o suicídio entre os jovens, que vem aumentando seu percentual muito antes do jogo ficar “famoso”. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de doença e invalidez entre os adolescentes; enquanto que a morte por armas, acidentes de trânsito e suicídio estão entre as três principais causas de morte para essa faixa etária.
Mas antes de sairmos procurando culpados para o problema, cabe perguntar-nos: por que adolescentes ficariam vulneráveis a esse tipo de “jogo” ou “desafio”?
É sabido que uma das características comuns dos adolescentes é a necessidade de pertencimento a grupos ou “tribos”. Nessa fase da vida, o grupo de pares assume uma importância desmedida, distanciando-se inclusive do contexto familiar. O grupo passa a atuar como regulador dos comportamentos, levando seus membros a acatar certas normas e regras que conduzem suas ações. E mais, os grupos aos quais os jovens pertencem desempenham um papel importante na construção de sua identidade, no que diz respeito às ideologias e sistemas de valores. Ou seja, precisa do outro para entender a si próprio, para construir-se. A estética e a aparência emergem nesse contexto. O tipo de roupa, o corte de cabelo, os acessórios utilizados são importantes para a manutenção do sentimento de pertença a um determinado grupo. Ao adotar estilo característico, o jovem acredita se distinguir dos adultos e de outras tribos, esperando assim, ser reconhecido e aceito entre os iguais. Alguns estudiosos apontam para uma crise de identidade na adolescência que desencadeia o processo de identificações com pessoas, grupos e ideologias, sendo essas identidades provisórias até que a crise em questão seja resolvida e uma identidade própria, construída. O dilema adolescente: “ser adulto e ainda não ser adulto” em um momento de transformação corporal, escolha profissional, diante da descoberta da sexualidade, tendo acesso às drogas lícitas e ilícitas, certamente é um malabarismo de difícil equilíbrio.
Muitas vezes quando não encontram um grupo que lhes acolha e que queira pertencer, ou que as pressões dessa fase da vida se sobreponham às coisas boas, os adolescentes tendem a enxergar com dificuldade qual o sentido da vida. Uma vida sem sentido é, portanto, uma vida pouco significativa. A falta de sentido na vida para o jovem pode ser motivo de não mais querer viver. O número de suicídios em jovens está aumentando em todo o mundo e, na maioria dos casos, havia algum tipo de transtorno mental, principalmente a depressão. O suicídio possui causas psicopatológicas, mas também sociais. Para alguns indivíduos a não integração à vida social, a grupos, podem pressionar de tal forma que a depressão e a melancolia tomam conta do sujeito, enxergando como a única solução para o fim do sofrimento, dar cabo à própria vida.
O “jogo” Baleia Azul é apenas o pano de fundo para um cenário que revela o aumento dos casos de suicídio entre jovens que se repete há anos. Como já citado, jogos letais anteriores a esse existiram e outros posteriores, certamente existirão. Não devemos ignorar a existência destes jogos, mas sim considerar a questão proposta para reflexão e lançar mão de ações que possam auxiliar nossos jovens a enfrentarem com assertividade os desafios e perigos a que eles podem estar expostos. Os adultos estão assustados e preocupados, pois encontram dificuldade de entrar no universo dos adolescentes, de se conectar, de estabelecer um diálogo assertivo e de perceber quando algo não está indo bem. Não se deve banalizar ou julgar essa realidade, com a crença de que estão querendo, apenas, chamar a atenção. É importante refletir sobre a depressão, suas causas e consequências, considerando esta uma doença, tratável. É importante um olhar atento ao perceber sinais de mudança de comportamento dos adolescentes e buscar estratégias de intervenção.
Instituições, como família e a escola, precisam estar atentas a algumas mudanças comportamentais, tais como[2]: alterações significativas na personalidade e ou nos hábitos;
comportamento ansioso, deprimido ou agitado; queda no rendimento escolar; perda ou ganho repentino de peso; mudança no padrão de sono;
tristeza, irritação e acessos de raiva combinados; comentários autodepreciativos ou desesperançosos em relação ao futuro; demonstração clara ou velada do desejo de pôr fim à vida; desinteresse em realizar atividades que demonstrava prazer anteriormente;
vestir roupas que cubram o corpo, mesmo em dias quentes, na tentativa de esconder cortes e
machucados.
O principal canal de comunicação com os jovens deve ser o diálogo, a fim de conscientizá-los a respeito das consequências de que essas práticas nada têm de brincadeira, ou tampouco podem ser chamadas de inocentes. Colocar-se à disposição para acolher e escutar, sem julgar, considerando o que pensam e sentem é sem dúvida o caminho recomendável. O controle e monitoramento por parte dos pais, assim como a proibição de acesso a Internet, é uma missão, perdida com os jovens, ainda mais considerando que o acesso à internet é na maior parte das vezes por meio de dispositivos móveis. É importante estabelecer conversas abertas e honestas sobre os sentimentos dos jovens, dúvidas, angústias, desejos, frustrações. E, frente aos sinais de sofrimento prolongado, isolamento e frases sobre suicídio ou desespero (dizendo que não tem motivo para continuar vivo, que não fará falta se morrer...), é importante buscar auxílio de profissionais que possam realizar orientação adequada sobre o tratamento.
É importante que a escola, além de se valer das mesmas recomendações dadas à família, abra em seu currículo espaços sistemáticos para a reflexão da convivência e dos valores, como a valorização da vida. Como instituição que visa educar os alunos para uma sociedade cada vez mais complexa, é válido incluir temáticas relevantes aos jovens que aparecem na internet e nas redes sociais, problematizando-as e promovendo reflexão crítica.
Educar em tempos pós-modernos, com tantas mudanças e problemas complexos, é realmente desafiador. Cada dispositivo móvel ou computador com acesso à internet é uma janela para o mundo, com interações positivas e outras, perigosas. Mas se pretendemos formar jovens para a autonomia moral e intelectual, além de construir relações de respeito mútuo e confiança, incentivar ações de cuidado e generosidade, espaços para a fala e a escuta como rodas de diálogo e mediação de conflitos, precisamos cada vez mais nos preparar e incorporar temáticas que estão presentes no universo online, como por exemplo, os processos de manipulação e sedução ou as agressões virtuais. Essa tarefa, responsabilidade de todos, é urgente e necessária.
Quer saber mais? Acesse um vídeo e reportagens que abordam o tema de forma clara e didática:
https://www.youtube.com/watch?v=qKQQKWwKLTo https://www.facebook.com/SafernetBR/posts/1317178101663414 https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1790/jogo-baleia-azul-o-que-a-escola-pode-fazer


[1] Integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral-UNESP/UNICAMP. Para mais informações acesse: www.gepem.org.
[2] Adaptado de:http://www.fatosdesconhecidos.com.br/o-que-e-o-jogo-da-baleia-azul-que-esta-rodando-internet-e-o-que-ele-esta-fazendo-compessoas/ ********************************************************************************


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