OS FILHOS DO QUARTO
Cassiana Tardivo
“Estou para escrever
desde o dia que me pequei chorando por aquele garoto de 13 anos em São Vicente
que por uma brincadeira, veio a falecer.
Não sejamos exageradas
para dizer que só agora com advento da WWW temos perdido filhos. Eles faleciam
também antes disso.
Mas antes perdíamos
filhos nos rios, nos matos, nos mas hoje temos perdido eles dentro do quarto!
Quando brincavam nos
quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo a
distância, sabíamos o que se passava em suas mentes. Quando entravam em casa
não existiam uma TV em cada quarto, nem disposto eletrônico em suas mãos. Quero
deixar bem claro que não sou contra e nem capetizo tudo isso. Mas queridos, precisamos ser
sinceros: temos perdido o equilíbrio. Hoje não escutamos suas vozes., não
ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro dos seus
quartos, e por isso pensamos estarem em segurança.
Quanta imaturidade a
nossa. Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos,
construindo seus saberes sem que
saibamos o que é...
Alguns , como o garoto
de São Vicente, perdem literalmente a vida, mas tantos outros aí, ainda vivos
em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo
global de tanta informação e estímulos, de ídolos de youtube, de modismos
passageiros, que nada contribuem para a formação de crianças seguras e fortes
para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores
familiares.
Dentro de seus quartos
perdemos os filhos pois não sabem nem
mais quem são ou que pensam suas famílias, já estão mortos de sua identidade
familiar....
Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual
eles tem sido influenciados e pais nem sempre já sabem o que seus filhos são.
Você hoje pode ler esse
texto, amar, marcar os amigos. Pode enxergar neles verdades e refletir. Tudo
isso será excelente. Mas como Psicopedagoga tenho visto tantas famílias
doentes, com filhos mortos dentro do quarto, então faço você um convite e, por favor aceite!
Convido você
atirar seu filho do quarto, do tablete, do fone de ouvido, convido a
você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por mínimo 2 dias
estabelecidos na sua semana a noite (além de sábado e domingo). E jogue,
divirta-se com eles, E jogue, divirta-se com eles, divirta-se com eles, escute
as vozes, as falas, os pensamentos e tenha a grande oportunidades de tê-los vivos, “dando trabalho” e que eles
aprendam a viver em família, se sintam em família, se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar
nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem
um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal!
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