Um “deus impessoal” – é algo
agradável e bom. Um Deus subjetivo de beleza, verdade e bondade em nossa mente –
é melhor ainda. Uma força vital informe que irrompe através de nós, um poder
imenso que podemos tocar de leve – é o melhor de todos. Mas deus mesmo, aquele
que vive, que está na outra extremidade da linha, aproximando-se talvez em velocidade infinita, o caçador, o
rei, o esposo – é outra coisa muito diferente. A hora na qual as crianças que
brincavam de polícia e ladrão emudecem de repente: seria uma pegada de verdade
no salão? Chega o momento em que as pessoas interessadas em religião (“ A busca
do homem por Deus”) param e retrocedem de súbito. Será que realmente o achamos?
Não era jamais nossa intenção chegar a tal ponto! Pior ainda, será que foi ele
quem nos achou!
Se existir um Deus, você está, em
certo sentido, sozinho com ele. Não pode dispensá-lo com especulações sobre seu
vizinho do lado, nem com as memórias daquilo que você leu nos livros. O que
será de toda aquela tagarelice e alegações ouvidas a esmo (será que vai
conseguir se lembrar delas?) quando a neblina anestesiante a que chamamos de “natureza”
se dissipar e a presença diante da qual você sempre esteve se tornar palpável,
imediata e inevitável? C.S. Lewis (1947)
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