Muitos pais ficam angustiados
porque seus filhos não aprendem, não conseguem concentra-se, absorver
conhecimentos. “O que está errado?”, é a pergunta recorrente em casos
assim. A resposta só cabe a uma equipe multidisciplinar, mas você, que
se relaciona com as famílias e a criança no seu trabalho, pode
orientá-los.
Os distúrbios de aprendizagem não são incomuns. Estudos indicam que cerca de 15% a 20% das crianças, no início da escolarização, apresentam alguma dificuldade em aprender, o que acaba afetando o desempenho escolar. As estimativas podem chegar a 30% ou 50% se a análise se estender aos seis primeiros anos de escolaridade.
Detectar as origens do problema é o papel
dos profissionais ligados ao tema para garantir um diagnóstico
preciso. No entanto, como educador ou cuidador da criança pequena na
creche ou escola, estar atento a esses desvios, ou mesmo acolher os
pais, é o seu papel.
O primeiro passo é entender as possíveis
causas, mas sem qualquer pretensão de definir diagnósticos. Compreender é
a melhor maneira de cuidar. Alguns fatores podem interferir no
aprendizado. Veja o que significa cada um:
Mau desempenho escolar (MDE)
– associado a questões emocionais (baixa autoestima, desmotivação) e
preocupação familiar. Relaciona-se com problemas de origem pedagógica
e/ou sociocultural, sem qualquer envolvimento orgânico. Ambientes
familiares que não favorecem a interação e estímulos qualificados também
são foco do problema.
Distúrbio de aprendizagem (DA)
– uma expressão genérica para um conjunto de alterações que denotam as
dificuldades na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas. É considerado um distúrbio
abrangente, responsável por dificuldades de aprendizagem em todos os
níveis.
Dislexia – dificuldade na
fluência correta da leitura e na habilidade de decodificação, alteração
na discriminação dos sons, consciência fonológica e limitação da
memória de curta duração. A criança com dislexia apresenta nível
cognitivo normal, ausência de deficiências sensoriais (déficits
auditivos e/ou visuais), ajuste emocional e acesso ao ensino adequado.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
– as principais causas são neurobiológicas e/ou hereditária:
complicações gestacionais ou parto; lesões cerebrais adquiridas;
toxinas, fumo e álcool na gestação; prematuridade; baixo peso ao
nascimento, dentre outros.
Super habilidades (superdotação)
– crianças superdotadas muitas vezes apresentam um mau desempenho na
escola, provavelmente porque estão expostas a situações de aprendizagem
muito fáceis, que levam ao desinteresse, à desmotivação e distração,
podendo gerar frustração, insucesso, baixa autoestima, além de estresse
familiar e escolar.
Sobrecarga – outro fator
que pode desencadear o desempenho ruim na escola. Famílias que
sobrecarregam as crianças com agendas lotadas, contribuindo a pouca
qualidade de sono.
Com estas informações, fica mais fácil
entender a criança e os pais, além de fortalecer os seus argumentos
sobre a importância de consultar o especialista o quanto antes para que,
qualquer que seja o diagnóstico, a criança seja cuidada, evitando
quadros irreversíveis no médio e longo prazo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário