Dezenove anos em coma
A história a seguir foi retirada do
livro “ Casamento Blindado” Renato & Cristiane Cardoso” , p 255- 256.
Desde que eu soube deste caso, nunca esqueci. Para mim, é um dos melhores
exemplos do que é o amor verdadeiro, o amor-sacrifício. Jan Grzeski era um
ferroviário polonês. Em 1988 ele sofreu um forte golpe na cabeça enquanto
tentava engatar dois vagões de trem e entrou em coma. Jan foi desenganado pelos
médicos, que também encontrou um câncer no seu cérebro. Segundo eles a
recuperação era impossível, e ele não sobreviveria. Gertruda Grzeska, esposa de
Jan, ignorou aquela palavra derrotista e decidiu leva-lo pata casa e cuidar
dele sozinha.
Jan não falava, não andava, não se comunicava de maneira alguma, nem
interagia. Todo relacionamento que tiveram não existia mais, o marido forte com
quem convivia há tantos anos era agora um bebê totalmente dependente de
seus cuidados. Ela terminou de criar sozinha os filhos, enquanto se esforçava
para manter vivo o marido, que era capaz apenas
dos movimentos mais básicos, como respirar, engolir, abrir e fechar os
olhos. Ainda assim ela se revoltava quando alguém sugeria eutanásia (com as
desculpa de “interromper o sofrimento”), pois acreditava que o certo era dar a
ele a chance de se recuperar. Todos os dias, Gertruda falava com o esposo como
se ele pudesse ouvir, cuidava para que ele não ficasse muito tempo na mesma
posição na cama, virando o seu corpo para evitar as temidas úlceras de pressão,
comuns em pessoas acamadas, que pode levar a morte por infecção. Os filhos
foram crescendo, se casaram, e lhes deram netos. Gertruda levava o marido para
todas as principais festas da família,
como se ele pudesse participar delas.
A incansável Gertruda teve sua recompensa em 2017. Após dezenove anos em
coma, Jan finalmente despertou, aos 65 anos. Os médicos creditaram a
recuperação dele à esposa, que optou pelo caminho mais árduo. Jan estava ainda
mais ligado a ela, pois se lembrava de que Gertruda esteve ao seu lado quando
ele mais precisava. Ela fez o que era certo e melhor para ele, abrindo mão de
sua própria vida para cuidar do marido, sem cobrar nada dele por isso.
Acreditou, quando nem mesmo os médicos acreditaram, esperou e perseverou .... e foi recompensada.
(...)
Gertruda recebu uma merecida medalha de honra ao mérito do presidente polonês,
por sua dedicação e sacrifício, tamanha raridade desse tipo de amor nos dias
atuais.
O que você teria feito no lugar
dela? Com Carinho Luciana Franck
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