As pessoas sentem menos dor
depois de realizar atos altruístas
Gestos de gentileza podem bloquear sensação de
mal-estar. [Foto: Getty]
Cientistas
da Universidade de Pequim, na China, descobriram que pessoas que fazem gestos
altruístas sem esperar algo em troca têm menor probabilidade de relatar
incômodos quando expostas a condições desagradáveis.
Acredita-se
que fazer o bem libera o hormônio dopamina, que já demonstrou ser um redutor da
dor crônica.Já se verificou que as pessoas altruístas eram mais felizes, porém,
pouco se sabia sobre como os atos altruístas afetam nossa percepção da dor.
Para
saber mais, os cientistas realizaram uma série de experimentos.No primeiro,
eles compararam pessoas que doavam sangue após a ocorrência de um terremoto,
com aquelas que o fizeram após um desastre natural
Quando
solicitados a avaliar a dor da agulha, aqueles que doaram sangue após um
terremoto consideraram o ato menos desconfortável, de acordo com resultados
publicados na revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências.
Os
cientistas então expuseram um grupo de pessoas a condições de frio, algumas das
quais se voluntariaram para revisar um manual para crianças migrantes.
Comparados
aos que não realizam o trabalho voluntário, os “bons samaritanos” consideravam
as temperaturas frias mais suportáveis.
No
terceiro experimento, os pacientes com câncer que cozinharam e cuidaram de
outros, foram comparados com aqueles que apenas cuidavam de si mesmos.Da mesma
forma, os indivíduos mais altruístas relataram menos dor.
No
quarto, e último experimento, os cientistas realizaram exames para determinar
se o bem reduz os sinais de dor no cérebro. Voluntários que doaram dinheiro
para órfãos foram submetidos a uma ressonância magnética enquanto recebiam
impulsos elétricos.
Comparados
às pessoas que não doaram, os voluntários mostraram menos atividade no córtex
cingulado dorsal anterior dos “centros de dor” e ínsula bilateral quando
recebiam o impulso elétrico.
Os
resultados também mostram que quanto mais os voluntários acreditavam que sua
doação estava ajudando os outros, maior a atividade em seu córtex pré-frontal
medial ventral.Acredita-se que isso diminui as respostas nos centros de dor no
cérebro.
A
pesquisa surgiu depois que um especialista da Universidade de Columbia, em Nova
Iorque, afirmou que pessoas gentis vivem por mais tempo."[Ser gentil]
ajuda o sistema imunológico, a pressão sanguínea, ajuda as pessoas a viver mais
e melhor", disse à BBC a autora do livro The Rabbit Effect, Kelli Harding.
"É
incrível, porque há uma ampla oferta e você não tem como exagerar na
dose".O professor Daniel Fessler - do Instituto de Bondade Bedari da
Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) - concordou, chamando a
bondade de "terapêutica".
Uma
equipe da Universidade Purdue, em Indiana, também descobriu que os voluntários
têm níveis mais baixos da proteína CRP, um marcador de inflamação.
A
inflamação tem sido associada a tudo, desde depressão e demência a doenças
cardíacas e até o câncer.
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